Palestra Lino Villaventura

Lino Villaventura

“Eu não escolhi a moda, ela que me escolheu”. Com frases convictas como essa, Lino Villaventura fez uma palestra ontem no Shopping Colinas em São José do Campos. Apesar de não ter falado sobre as tendências para o Outono/Inverno (que acredito que era a proposta) a palestra foi muito legal, pois ele dividiu com os presentes como iniciou a sua carreira, as mudanças que fez na marca em 2010 e seu desfile no SPFW Inverno 2011.

A pessoa Lino é paraense, mas afirma que o estilista é cearense, pois foi em Fortaleza que iniciou a sua carreira. Registrado como Antônio Marques Santos Neto, Lino veio de um apelido de infância e Villaventura de uma vila que morava em Fortaleza. Um jornalista da região passou a referir-se a ele como o Lino da vila Ventura e foi assim que nasceu a marca. Chegou a estudar engenharia antes de se encontrar na arte e sua primeira peça nasceu da necessidade de dar um presente e não ter recurso para comprá-la. Por isso, juntamente com sua irmã, trabalhou num colete bordado que demorou meses até ficar pronto. Com a obra em mãos e contente com o resultado, presenteou Rita (sua sócia até hoje) e de lá para cá os pedidos não pararam mais.

Lino deu muita ênfase à importância de se ter um trabalho original, pois só assim é possível despertar interesse do mercado e da mídia. Por isso, alega não ler revistas de moda justamente para não se influenciar. Quando questionado se era verdade que não seguia tendências, respondeu: “Vamos primeiro esclarecer o que é tendência. Tendência é o momento que a gente vive agora. Portanto, não crio com base no que está acontecendo e sim proponho novas coisas.”

Desfile Lino Villaventura SPFW Inverno 2011

Desfile Lino Villaventura SPFW Inverno 2011

Em 2010 resolveu “organizar” a marca, pois mesmo tendo uma coleção mais casual ainda era visto somente pelas roupas exuberantes e caras. Criou então a Lino que possui peças mais trabalhadas e vestidos de festa e a Villaventura que trabalha itens para o dia a dia com preços menores.

Sobre agradar a todos, soltou outra de suas frases marcantes: “Toda unanimidade é burra. Não tenho ambição de agradar a todos, isso seria falta de originalidade”. Entre os destaques de suas criações estão o colorido e os bordados que carregam muito fortemente a cultura nordestina, motivo pelo qual mantém a sua fábrica até hoje na região. Está atualmente trabalhando com Reginaldo Fonseca (da Cia. Paulista de Moda, veja entrevista que fiz com ele AQUI) para desenvolvimento de mão de obra, pois, segundo ele, está muito difícil encontrar costureiras: a profissão passou a não despertar mais interesse e poucas mulheres optam por  seguir essa atividade.

Para encerrar, deixou uma dica para todos: “Vestir-se bem é gostar do que se vê no espelho.”

Fotos*: Reprodução

* Até tirei umas fotos mas não ficaram boas, por isso optei por usar outras de refer6encia ok? Em breve vou comprar uma máquina melhor e isso se resolve...