Esse fim de semana fui assistir o
documentário sobre a vida de uma das editoras de moda mais importantes da
história: Diana Vreeland. O filme recebeu o nome de The Eye Has to
Travel e conta a sua trajetória pela Vogue, Harper`s Bazaar e por último
sobre a sua participação no Metropolitan
Museum of Art (MET).
A produção traz conversas entre a
editora e seu biógrafo George Plimpton, além de entrevistas com famosos e
familiares como Manolo Blahnik, Angélica Huston, Diane Von Furstenberg
e seus dois filhos. Nascida em Paris mas criada nos Estados Unidos, Diana
cresceu ouvindo sua mãe dizer que ela não era tão bonita como a irmã. Fez então de seu enorme senso de estilo e elegância a sua arma secreta.
Foram exatamente essas qualidades que
chamaram a atenção de Carmel Snow, da revista Harper's Bazaar, que logo a
convidou para escrever uma coluna chamada WHY DON`T YOU, na qual dava sugestões bem-humoradas às leitoras, como por exemplo: Por que você
não pinta um mapa-mundi nas paredes do quarto de seus filhos para que
eles não cresçam com um ponto de vista provinciano? Suas dicas logo viraram um
sucesso e assim deu-se início a sua grande carreira no mundo da moda. Vale
destacar que Diana começou a trabalhar numa época em que muitas mulheres
ainda estavam restritas a ocução de dona de casa.
Mudou para a Vogue após receber um
proposta de trabalho tentadora e, durante todos os anos em ambas as revistas,
seu empenho em descobrir novos talentos sempre foi admirável. Por ter
crescido como o patinho feio da família, adorava destacar belezas não
convencionais, como quando decidiu fotografar Barbra
Streisand de perfil, cujo nariz era considerado horrendo. Adorava
tudo que era "fora do padrão", buscava modelos
de pescoço longo, altas demais, com sardas, enfim, tudo que muitas
publicações evitavam mostrar em suas páginas ela fazia questão de
ressaltar.
Afirmava que era preciso
dar aos leitores o que nem eles sabiam que queriam, e foi com esse pensamento que
transformou a Vogue na revista que conhecemos hoje. Porém, em 1971, foi demitida em grande parte aos seus altos custos (Diana foi uma das editoras mais
caras à Vogue). Mas não parou por aí: recebeu o convite para trabalhar para o Costume
Institute do Metropolitan Museum of Art de NY, e mais uma
vez manteve a arte de transformar tudo que tocava em ouro.
Com todo seu conhecimento
e olhar atento, montou audaciosas exposições de moda, como a de figurinos da corte francesa do séc. XVIII e a de grandes produções
hollywoodianas. A exposição da retrospectiva da carreira de Yves
Saint-Laurent foi a primeira destinada a um estilista vivo, o que gerou muita polêmica pois alguns afirmavam ser propaganda.
Devemos muito a ela pela
forma como as revistas e as exposições de moda são hoje. Ela acreditava na moda
como arte e no estilo muito mais que nas roupas, dizia que: "A new dress doen`t get you anywhere, it`s the life you are living IN THE DRESS " Adorei do começo
ao fim e, se já gostava da editora, agora sou mais fã ainda...
Para quem quiser saber mais, vale ler o livro GLAMOUR, que reúne uma série de fotos e observações de Vreeland a fim de esclarecer o que ela entendia pelo conceito de glamour. (R$ 63,20 Fnac.com)
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